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    Depois de muitas experimentações em mais de 20 anos de trabalho como artesã, Lena Martins cria a boneca Abayomi no final dos anos 1980, em meio às movimentações em torno dos 100 anos da abolição da escravatura. 

    Seu engajamento dentro dos movimentos sociais pela causa negra, especialmente das mulheres negras, foi decisivo para criar esta boneca preta que se tornou um importante símbolo representativo da maior parte da população brasileira.

  Em 1987, ainda sem ter nomeado a boneca, ganhou de presente o nome Abayomi de sua amiga Ana Gomes: grávida, tinha escolhido dois nomes, Abebe Bikila caso nascesse menino e Abayomi se nascesse menina. Como nasceu menino, então Abebe, o nome Abayomi ficou para a boneca recém criada.

    Foi batizada então a técnica de feitura da boneca, sem cola e sem costura, que facilita a sua reprodução, em especial em ações pedagógicas. Há mais de 35 anos Lena vem aplicando oficinas onde ensina a fazer a boneca e conversa sobre suas bases antirracistas de representatividade. 

   Em 1989 nasce a Cooperativa Abayomi, construída com a aproximação crescente das primeiras aprendizes da boneca, artistas, ativistas e profissionais da cultura: Regina Oliveira, Flávia Berton, Angélica Gomes, Sônia Santos, Luísa Borba, Shirley Britto, Maria José Garcia e Cristiani Ferraz. Neste coletivo de mulheres de múltiplos talentos e origens foram realizados cursos, oficinas, calendários, exposições e cortejos que potencializaram o universo da boneca e seus significados, afetos, memórias e saberes. 

    O Cortejo Brincante Abayomi, uma das iniciativas coletivas da Cooperativa, foi uma atividade artística de celebração de todos os princípios da Abayomi, onde a dança, o canto, as rezas, os encontros acontecem espalhando vivências, pertenças e histórias. As mulheres que formavam o cortejo eram as mesmas que compunham a Cooperativa, somando-se ao grupo a musicista Cris Cotrim.
   Outra atividade também bastante importante, é a oficina
Bebê Abayomi, que possui técnica ainda mais simples e é tão significativa dentro da história da boneca. Foi vivenciada por aproximadamente 58.000 pessoas de todas as idades ao longos das últimas décadas e permanece como uma das ações mais longevas e solicitadas.

     Mesmo após o encerramento da cooperativa, na primeira década dos anos 2000, Lena seguiu com diferentes projetos, como a performance com a boneca de tamanho natural, a vovó Tuninha (onde o público é convidado a escrever cartas para suas avós ou ancestrais) e seu livro Vida que voa, recentemente selecionado pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

  Nos últimos anos temos recebido notícias de cursos e manifestações artísticas levando o nome da Abayomi por todo o Brasil e a diversas partes do mundo, em sua maioria realizadas por descendentes da diáspora africana.

Lena com a boneca Vovó Tuninha. Foto: Kátia Costa Santos

Lena com a boneca Vovó Tuninha. Foto: Kátia Costa Santos

Vídeo-depoimento sobre a história da boneca Abayomi. Imagens: Dani Araújo

Primeiras bonecas, anteriores a consolidação da técnica. Fotos: Geraldo Gobbato
Primeiras bonecas, anteriores a consolidação da técnica. Fotos: Geraldo Gobbato

Primeiras bonecas, anteriores a consolidação da técnica. Fotos: Geraldo Gobbato

Publicações das décadas de 1990 e 2000
Publicações das décadas de 1990 e 2000

Publicações das décadas de 1990 e 2000

Calendários décadas de 1990 e 2000. Fotos: Ivone Perez e Sidiney Rocha
Calendários décadas de 1990 e 2000. Fotos: Ivone Perez e Sidiney Rocha

Calendários décadas de 1990 e 2000. Fotos: Ivone Perez e Sidiney Rocha

Cortejo Brincante Abayomi. Foto: Celso Pereira

Cortejo Brincante Abayomi. Foto: Celso Pereira

Divulgação Carnaval 2022, Escola Pega no Samba. Enredo: Abayomi
Divulgação Carnaval 2022, Escola Pega no Samba. Enredo: Abayomi

Divulgação Carnaval 2022, Escola Pega no Samba. Enredo: Abayomi

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